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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Filippelli e os ciúmes do PT

             O novo secretário, que comandou a pasta no governo Cristovam Buarque, quer “diálogo com as cidades do DF”
      
      Os primeiros dias do novo governo indicaram que o vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) não será um mero número dois do Palácio do Buriti. Com dupla personalidade política — integrante do Executivo e presidente regional do PMDB-DF — ele ganhou uma força que começa a incomodar petistas. Filippelli é o chefe da área com grande potencial de visibilidade, as obras, e lidera uma das principais frentes de ação da nova gestão, a operação de limpeza, corte de grama e recuperação de vias, aposta de marketing na largada da administração de Agnelo Queiroz (PT).
      No fim de semana, o vice foi escalado a fim de tentar pacificar a base de apoio na Câmara Legislativa, que levou mais de oito horas para eleger a Mesa Diretora no primeiro dia do ano. Uma das missões do peemedebista foi acalmar Rôney Nemer (PMDB), que havia se aliado à deputada Eliana Pedrosa (DEM) contra um acordo fechado em torno da eleição de Patrício (PT) na Presidência. O vice-governador disse que estava ali como presidente do PMDB. No governo Agnelo, ele vai atuar nos bastidores como uma espécie de para-raios, ou seja, vai tentar debelar focos de crise na base. Filippelli ficou com essa missão graças ao trânsito que mantém com distritais de partidos que, no passado, apoiaram os governos Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, como PTB, PRTB e PSDB. Será dele o papel de comandar a relação direta com os interesses dos distritais. Leiam-se cargos, liberação de emendas e espaço político.

     Nemer, por exemplo, não escolheu o administrador do Recanto das Emas, sua base eleitoral. Mas não saiu perdendo. Tem o compromisso do governo de participar da escolha de obras e de eventos culturais na cidade que administrou durante o governo Roriz. Filippelli é o avalista desse acordo, assim como os que mantêm Benício Tavares (PMDB), por exemplo. Nessa seara, Filippelli não age sozinho. O secretário de Governo, Paulo Tadeu, também vai atuar na coordenação política na Câmara Legislativa. Ele tem como trunfo a experiência nos acordos de bastidores com os distritais que adquiriu ao longo de três mandatos na Câmara Legislativa.

Infraestrutura

      Toda a área de infraestrutura do governo ficará sob a gestão do vice, que escolheu duas pessoas próximas para as secretarias de Transportes e de Obras, José Walter Vasquez e Luiz Carlos Pitiman, respectivamente. Ele deverá indicar ainda o presidente da Companhia de Saneamento de Brasília (Caesb), da Companhia da Nova Capital (Novacap) e o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem, que comandam orçamentos generosos para as obras de saneamento, infraestrutura urbana e recuperação de rodovias.

      Antes mesmo de tomar posse, Filippelli fez uma reunião com Pitiman para organizar o mutirão de limpeza no Distrito Federal. A orientação foi a prioridade em resolver esses problemas, que têm provocado indignação, na porta de casa dos eleitores. Age com a experiência de quem foi o braço direito de Roriz. O ex-governador, em seu primeiro mandato, em 1988, também herdou uma situação crítica de limpeza e organização do Distrito Federal ao substituir José Aparecido de Oliveira no Governo do Distrito Federal. Na época, deu origem ao que chamou de Operação Primavera. Começava ali a tradição das flores nos canteiros e nos balões das vias, principalmente no Plano Piloto. Conquistou, assim, popularidade com pequenas melhorias.

      O problema, segundo petistas, é que tanto espaço para Filippelli pode se voltar contra o poder de Agnelo. Aliados do novo governo afirmam que eles têm atuado em sintonia. Um aposta no sucesso do outro como estratégia de sobrevivência política depois de uma crise institucional que derrubou o governo Arruda. Convictos de que a cobrança da população será grande, Agnelo e Filippelli têm o mesmo objetivo por enquanto. A parceria, no entanto, pode ruir à medida que se aproximarem as próximas eleições.

Indicação

       No auge das discussões sobre a composição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa, distritais diziam que Eliana Pedrosa (DEM), apesar de estar no comando dos parlamentares que tentavam atrapalhar o acordo para a eleição de Patrício (PT) na Presidência, tinha sido atendida pelo governador Agnelo Queiroz. De acordo com distritais, Eliana é responsável pela indicação do administrador regional do Núcleo Bandeirante, Bruno Bierrenbach Bonetti.

Correiobraziliense -anamariacampos

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