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quinta-feira, 26 de maio de 2011

EX-GOVERNADOR SAI DO PMDB

Carta de desfiliação de Rogério do PMDB-DF

Ao Presidente Regional do PMDB do Distrito Federal e aos militantes do partido
Brasília-DF, 25 de maio de 2011.

Ao completar cinco anos de filiação partidária junto ao PMDB-DF, com vistas, à época, ao egresso no cenário político local como candidato a uma cadeira na Câmara dos Deputados, aproveito esta oportunidade para fazer um pequeno balanço de minha vida político-partidária junto à maior legenda do Brasil.

Neste período relativamente curto de vida pública, em comparação a grandes nomes da política brasiliense que já estiveram ou estão filiados ao PMDB, me alegro em constatar a minha contribuição positiva para com o Partido e em prol da Capital Federal. Conquistei exatos 51.013 votos na primeira eleição que disputei, o que representou cerca de 4% do universo eleitoral de Brasília, contribuindo diretamente para a vitória de uma bancada que passou a representar os interesses da Capital Federal sob a responsabilidade do PMDB na Câmara dos Deputados.

Nessa reflexão também há espaço para reconhecer minhas fraquezas. Humildemente reconheço que não agradei a todos os interesses, mas me orgulho de ter agradado à grande parcela da população brasiliense, alvo de meu trabalho incansável nos exatos 257 dias à frente do Governo do Distrito Federal. Me orgulho ainda mais de ter fracassado, em alguns momentos, pelas inúmeras e incansáveis tentativas em seguir insistentemente firme no meu ideal de fazer de Brasília uma cidade melhor para os brasilienses e o Brasil.

Tarefa esta que a mim foi confiada pela direção do meu Partido e pela qual desempenhei papel fundamental para trazer Brasília de volta à normalidade institucional, repelindo de forma enérgica o fantasma da intervenção que pairava sobre nossas cabeças às vésperas do cinqüentenário da nossa capital.

Em meio ao processo eleitoral de 2010, coloquei o meu nome à disposição do Partido para as prévias que definiriam o papel do PMDB nas eleições majoritárias ao Palácio do Buriti. Apesar das divergências com a Direção Regional do Partido, naturais para o engrandecimento do processo político, fui vencido e aceitei a derrota. Tenho a convicção de que o mais importante para o debate político-partidário é a democracia, e assim foi feito com relação à participação da legenda na composição de alianças para a disputa pela minha sucessão à frente do GDF.

Porém, jamais traí os compromissos da minha consciência e da minha responsabilidade em governar em prol da população da Capital do País. Mantive a máquina pública perfeitamente isenta durante o curso de todo o processo eleitoral para a minha sucessão. A posição pessoal que tomei em nenhum momento foi transpassada aos órgãos do Governo. Pelo contrário, todos os órgãos foram orientados a agir rigorosamente dentro dos critérios de transparência e imparcialidade recomendados pela Justiça Eleitoral durante o período das eleições. Fui rigoroso inclusive ao coibir diretamente qualquer tipo de desvirtuamento das recomendações legais ou qualquer outro ato que pudesse macular o processo eleitoral em curso.

Assim, procurei colaborar de forma expressiva para entregar ao meu sucessor uma máquina administrativa em condições infinitamente melhores do que a que recebi por meio da eleição indireta logo após a mais grave crise institucional que acometeu Brasília. Antes mesmo do encerramento do primeiro turno das eleições, criei uma comissão intergovernamental que tratou de todo o processo relativo à transição de governo, uma iniciativa inédita no âmbito do Poder Executivo. O novo governo eleito de forma direta teve acesso irrestrito e direto a todas as informações necessárias ao curso de suas primeiras medidas em prol da sociedade brasiliense que o legitimou à frente do comando do Palácio do Buriti.

Portanto, entendo que dei minha melhor contribuição aos quadros do PMDB-DF, participando ativamente da epopéia dos sonhadores que não se esmoreceram diante dos riscos de lutar pelos ideais do nosso Partido, em busca da democracia, com liberdade e justiça social. Tive, durante esses cinco anos, a oportunidade de conviver com a grandeza de figuras ilustres como o nosso o presidente do Congresso Nacional, José Sarney, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o atual vice-governador do DF, Nelson Tadeu Filippelli. Com eles e com inúmeras outras figuras de expressão partidária, além dos militantes que considero a alma do PMDB, aprendi a lição mais importante da minha vida partidária: colocar, sempre, os interesses do meu País e da minha Capital muita acima de nós mesmos, em caminho inverso ao de interesses próprios e projetos de poder maior.

Por acreditar fielmente nesse projeto e nessa convicção de vida pessoal e político-partidária e que venho, por meio desta carta, comunicar a minha desfiliação que tem o objetivo de evitar qualquer tipo de constrangimento ao Partido, seus filiados e sua militância. Saio em busca de outros caminhos que me permitam continuar lutando pelos meus ideais em prol, prioritariamente, de atender aos anseios do povo brasiliense.

Muito obrigado a todos. Respeitosamente,
Rogério Schumann Rosso

fonte: blogdodonnysilva

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