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terça-feira, 1 de março de 2011

O que querem os deputados

No mapa de desejos dos deputados distritais, um deles se sobressai: cargos. Quando interlocutores do governador Agnelo Queiroz vêm a público com discursos sobre diminuição dos comissionados e a diminuição do número que serão contratados, causam viradas de pescoço entre os senhores parlamentares.

Desde que o mundo é mundo, os políticos não conseguem aderir a um governo sem que este libere cotas generosas de cargos na máquina pública. Esta é a principal troca de apoio, mesmo sendo de um partido governista.

O Palácio do Buriti ainda não entendeu, ou não quis entender, que se não ceder, continuará tendo incerta a sua maioria na Câmara Legislativa. Assim, cada projeto importante, cada aprovação de empréstimos, cada indicação de presidente de estatais ou autarquias será um campo de batalha.

Falta ao governo alguém habilidoso para fazer o mapa dos desejos dos deputados e explicar que os tempos mudaram. Ceder o GDF vai ceder, mas é preciso saber até quanto? A quantidade de cargos pretendida irá passar por um enxugamento inicial. Mas depois, passará por frouxidão. E, o que é pior, quase ninguém vai notar o inchaço novamente da máquina. É um processo lento. Enquanto não acontece, o chio ainda será grande na base governista.

O comportamento da Câmara Legislativa é uma tensão normal de início de governo. Com o tempo as coisas se acertam. O que não se pode deixar é que se passe para a opinião pública este tipo de problema. A população pensa e quer que o governo se preocupe com a coisas que ela considera mais importantes como a saúde, a educação e a segurança.

Barganha, queda de braço e negociações nada republicanas, quando passam a encabeçar a pauta política, só enfraquecem o Executivo e a Câmara Legislativa.

Os deputados distritais criam o clima de beligerância com o Buriti porque recebem pressão de suas bases. É preciso arrumar emprego para os cabos eleitorais. O gabinete da Câmara é muito pequeno para abrigar todos os apoiadores que foram às ruas pedir votos aos parlamentares eleitos.

Já o GDF é uma sete-copas, árvore de grande porte e muito frondosa, com muitos frutos (cargos) e que pode abrigar a todos na sombra.

Não deve-se culpar os distritais por este comportamento. Eles são assim por natureza. Ou passam por uma transformação quando assume uma cadeira na Câmara Não se consegue vencer uma eleição sem acordos políticos, como não se consegue governar sem apoios.

Os distritais precisam cumprir seus acordos, tanto quanto o GDF precisa de apoio dos distritais. Daí, é inevitável a liberação dos cargos na frondosa árvore do Executivo, mesmo que ela passe por uma grande poda.

Até quando o Palácio do Buriti vai esticar a corda é a grande dúvida. O governo testa a resistência e a paciência da Câmara. O raciocínio do GDF é desgastar ao máximo a Câmara Legislativa para conseguir governar sozinho.

É um pensamento infantil e até inconsequente, mas se der certo só tem a ganhar a sociedade. A separação total e a autonomia entre os dois poderes é o que há de mais saudável num regime democrático. O GDF abre as suas cartas e paga pra ver…


fonte: blogdocallado

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